Hoje sinto-me assim. Um sangue grosso de lama que não encontra veias por onde escoar. O coração quase parado no esforço de uma subida. Mastigo a chuva fina que cai lá fora e que nem chuva é. O cérebro vazio de ideias, a ecoar passados acontecidos e inventados como as espirais de um búzio. Sou a pessoa mais triste à face da terra. E a mais só. E a pior. Não há relativização possível.
Se ao menos tivesse a coragem de diluir o sangue em álcool, vomitar a chuva que me enche o estômago, chorar até adormecer. Em vez de calar tudo num punho fechado de nervos e na dor dos maxilares que se apertam na febre intermitente do sono.
Se ao menos tivesse a coragem de diluir o sangue em álcool, vomitar a chuva que me enche o estômago, chorar até adormecer. Em vez de calar tudo num punho fechado de nervos e na dor dos maxilares que se apertam na febre intermitente do sono.
2 comments:
curti o video clip! a música tb é nice, mas gostei bem mais do texto!
às vezes é preciso sentir isso tudo...
bj
obrigada, sethyoder. sim, às vezes é inevitável sentir tudo isto. era bom que conseguíssemos exorcizar tudo o que nos assombra. A escrita pode muito bem ser uma forma de o fazer.
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