Friday, August 31, 2007

Amor ou Consequência


O amor é um desafio constante. O único jogo em que o troféu só faz sentido quando partilhado com o adversário. Um duelo vencido apenas por quem tem a coragem de o aceitar.


Cap pas cap?

Thursday, August 23, 2007

"Lucha de gigantes
convierte,
el aire en gas natural
un duelo salvaje
advierte,
lo cerca que ando de entrar
En un mundo descomunal
siento mi fragilidad.

Vaya pesadilla
corriendo,
con una bestia detras
dime que es mentira todo,
un sueno tonto y no mas
Me da miedo la enormidad
donde nadie oye mi voz.

Deja de enganar
no quieras ocultar
que has pasado sin tropezar
monstruo de papel
no se contra quien voy
o es que acaso hay alguien mas aqui?

Creo en los fantasmas terribles
de algun extrano lugar
y en mis tonterias
para hacer tu risa estallar

En un mundo descomunal
siento tu fragilidad.

Deja de enganar
no quieras ocultar
que has pasado sin tropezar
monstruo de papel
no se contra quien voy
o es que acaso hay alguien mas aqui?

Deja que pasemos sin miedo."

Thursday, August 16, 2007

pesadelo kafkiano


They haven’t departed.
They haven’t gone home.
The trials haven’t started.
No evidence shown.
They don’t get no visits.
They don’t get no calls,
and nobody tells them nothing at all.

The headphones and the blindfolds,
the days and the weeks.
The overalls of orange, the manacled feet.
A Kafka-esque nightmare.
A legal black hole.
A corner of Cuba
named Guantanamo.

The warmongers tell us
they gave up their rights
when they attacked us
and our way of life.
Oh but our way of life
depends on the law.
On liberty and freedom
and justice for all.

Well they talk about justice in the US of A.
It’s the land of the free and the home of the brave.
Yea, but outside of America anything goes.
From Bagram to Abu Ghraib
to Guantanamo.

In 70's Ulster the government thought
if they locked up the suspects
the terror would stop.
But all that internment actually did
was provide the Provos
with more angry kids.

Oh but sometimes I wonder if our leaders really care?
They rely on these demons to keep people scared.
And unwilling to question the fate of those poor souls who lie
rotting in the cages of Guantanamo

They run for it down the road,
With an arm around her waist,
He leads her to a place,
He knows...


The divine comedy

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...


Álvaro de Campos

Thursday, August 9, 2007

...





latitude 12º 29' 08.4" S
longitude 13º 35' 06.1" E

Monday, August 6, 2007

partir

Entregar tudo à aventura incerta que se me estende. Um barco faz-se ao mar na escuridão de uma invernia.
Onde a âncora que devia prender-me ao abrigo de um porto qualquer?
O medo de ir, a repugnância de ficar. Um sonho a acenar-me da lonjura de uma infância e a mão da sensatez no ombro.
Seria tão mais fácil a ditadura de um destino ou a intervenção de um deus... Em vez de pagar com lágrimas a exorbitância da Liberdade.