Wednesday, December 29, 2010

demasiado bom




Bien sûr, nous eûmes des orages
Vingt ans d'amour, c'est l'amour fol
Mille fois tu pris ton bagage
Mille fois je pris mon envol
Et chaque meuble se souvient
Dans cette chambre sans berceau
Des éclats des vieilles tempêtes
Plus rien ne ressemblait à rien
Tu avais perdu le goût de l'eau
Et moi celui de la conquête

Mais mon amour
Mon doux, mon tendre, mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore, tu sais, je t'aime

Moi, je sais tous tes sortilèges
Tu sais tous mes envoûtements
Tu m'as gardé de pièges en pièges
Je t'ai perdue de temps en temps
Bien sûr tu pris quelques amants
Il fallait bien passer le temps
Il faut bien que le corps exulte
Finalement, finalement
Il nous fallut bien du talent
Pour être vieux sans être adultes

Oh, mon amour
Mon doux, mon tendre, mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore, tu sais, je t'aime

Et plus le temps nous fait cortège
Et plus le temps nous fait tourment
Mais n'est-ce pas le pire piège
Que vivre en paix pour des amants
Bien sûr tu pleures un peu moins tôt
Je me déchire un peu plus tard
Nous protégeons moins nos mystères
On laisse moins faire le hasard
On se méfie du fil de l'eau
Mais c'est toujours la tendre guerre

Oh, mon amour...
Mon doux, mon tendre, mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore, tu sais, je t'aime.

então mas esta agora é só francius?

perguntam vocês, gatos-pingados leitores. Pois, digo eu. Estou a atravessar uma fase francesa. Já passei por tantas: a do grunge, a do jazz, a da intervenção, a do fado de Coimbra, a da Winehouse. Umas testemunharam-nas, outras não. Agora estou na fase francesa, embora ainda não a fundo: ouço Piaff e Brel, mas apenas porque fico extasiada com a intensidade dela e com a poesia dele. Continuo sem saber falar francês, por exemplo, agora gostaria de dizer que a minha gata está a disputar o meu colo com o portátil e não me deixa escrever em sossego, em francês, mas sai-me algo como: ma chatte est en conflit avec mon ordinateur et ne me laisse pas ecrire en paix, o que, de certeza, não está correcto.
(Pelo menos já não estou naquela fase que durou cerca de 10m da noite de 25 de Dezembro que consistiu em traduzir as palavras dos outros para inglês macarrónico. "tem dois furões", dizia a Gina, "two furonssss...*hic*" dizia eu. "Marta, para com isso", dizia o Zé, "Marta, stop det!*hic*".)
E uma vez que estou a entrar na fase francesa, as minhas résolutions pour la nouvelle année sont:
1. suivre un cours en français;
2.voir les films français suivants:
2.1. Les petits mouchoirs;
2.2. L'homme qui voulait vivre sa vie;
3. aller à Paris avec Joseph et Christine;
4.cesser d'utiliser le traducteur de Google.
PS: Pena que ninguém possa ouvir como fico sexy a tentar pronunciar isto...

a multidão ou outra coisa qualquer

Monday, December 27, 2010

hymn a l'amour

... peu m'importent les problèmes, mon amour, puisque tu m'aimes...

Saturday, December 25, 2010

Natal

celebro o nascimento de todos os meninos divinos feitos Homem: esse que nasceu há 2010 anos, ou há 26 anos, e 30 e 49 e 75. celebro os deuses que tenho na minha vida, recordo os que já tive e que vivem agora na minha memória, deixaram uma ausência cheia de recordações maravilhosas: os olhos azuis quase cegos da minha avó, as mãos genesíacas do meu avô, a minha bisavó a recitar a "Nau Catrineta", havia mais de ano e dia que andavam na volta do mar, e os olhos dela um brilho, não sei se com pena dos marujos, forçados a comer sola, se ela própria com fome de outro público que não uma bisneta_"outra vez!"_ em vez de palmas, a brincar com uma nau catrineta feita de fósforos e velas de papel.
desembrulho pequenos momentos como presentes, a minha avó na cozinha, ao cimo das escadas, o cabelo ainda louro nas pontas, branco nas raízes, o meu nome tão bonito no canto da voz dela. Não os perdi não os perdi não os perdi.
E hoje outras vozes, outros olhos, o meu nome tão bonito no canto da tua voz, se estivesses na cozinha ao cimo das escadas abraçava-te, se existisse Deus ajoelhava-me, juntava as mãos, fechava os olhos e agradecia...

Thursday, December 23, 2010

I'll be around...

...with my undying death-defying love for you

Saturday, December 18, 2010

o poema que eu teria escrito, se soubesse




Ne me quitte pas, il faut oublier
Tout peut s’oublier qui s’enfuit déjà
Oublier le temps des malentendus
Et le temps perdu à savoir comment
Oublier ces heures qui tuaient parfois
A coups de pourquoi le coeur du bonheur
Ne me quitte pas, ne me quitte pas,
ne me quitte pas

Moi, je t’offrirai des perles de pluie
Venues de pays où il ne pleut pas
Je creuserai la terre, jusqu’ après ma mort
Pour couvrir ton corps d’or et de lumière
Je ferai un domaine où l’amour sera roi
Où l’amour sera loi, où tu seras reine

Ne me quitte pas, ne me quitte pas,
ne me quitte pas

Ne me quitte pas, je t’inventerai
Des mots insensés que tu comprendras

Je te parlerai de ces amants là
Qui ont vu deux fois leurs coeurs s’embraser
Je te raconterai l’histoire de ce roi
Mort de n’avoir pas pu te rencontrer
Ne me quitte pas, ne me quitte pas,
ne me quitte pas

On a vu souvent rejaillir le feuDe l’ancien volcan
qu’on croyait trop vieux
Il est parait-il des terres brûlées
Donnant plus de blé qu’un meilleur avril
Et quand vient le soir pour qu’un ciel flamboie
Le rouge et le noir ne s’épousent-ils pas?
Ne me quitte pas, ne me quitte pas,
ne me quitte pas

Ne me quitte pas je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler, je me cacherai là
A te regarder danser et sourire
Et à t’écouter chanter et puis rire
Laisse-moi devenir l’ombre de ton ombre
L’ombre de ta main, l’ombre de ton chien
Ne me quitte pas, ne me quitte pas,
ne me quitte pas

Friday, December 17, 2010

nas minhas mãos

O desejo todo concentrado nas minhas mãos
unhas tendões nervos falanges pele gelada
transpirada.
Seguro um cálice na mão e esmigalho-o
sob a força dos dedos os vidros enterrando-se na carne,
um prazer lancinante a lembrar-me o teu corpo
_o meu corpo
árvore no claustro dos teus braços, arcadas de abrigo,
eu árvore encarcerada, enraizada,
o teu nome inteiro escrito a golpes de navalha no tronco,
e a seiva que escorre de mim perfumada
mel na tua língua.

Sunday, December 12, 2010

na parede

(Foto de Carla Alves)

Tuesday, December 7, 2010

rua

Sou uma rua com chuva por dentro. Fria e cinzenta, de janelas fechadas e braços abertos a quem não vem. Amontoei pelas bermas folhas vermelhas de verões à sombra gentil de mãos dadas como ramos, varridas agora por um vento gelado que fechou as janelas e chamou a noite e impede a chuva de sair de mim. Não há flores nos vasos das janelas fechadas, olhos trémulos a escorrer olheiras. Um golpe de sol e talvez a gota rubra de uma sardinheira a aparecer junto a uma porta. Mas a primavera não chega nunca, por mais que a deseje e reze por ela prostrada abaixo do chão, e doem-me os passos de quem me atravessa a correr para chegar ao calor da casa. Que eu não fui feita para ser atravessada em pressas distraídas. Houvesse quem quisesse deter os passos em mim, bater às portas, abrir as janelas, encher-me de um sorriso, descobrir que o amanhecer me deixa púrpura, plantar flores nos vasos esventrando a terra húmida com as mãos. Descobriria talvez que fui feita para se viver dentro.

Monday, December 6, 2010

E o vencedor é...

"More than words" é a musiquinha vencedora da sondagem do mês. Obrigada a todos os que votaram.

Zé, votaste várias vezes, não foi?

Sunday, December 5, 2010

Thursday, December 2, 2010

Negação

Deixei de acreditar num Deus e às vezes dói tanto essa falta de fé... Porque admitir a inexistência de Deus é admitir que estamos sozinhos e, se estamos sozinhos, somos tão livres quanto responsáveis e tão nós-mesmos quanto desamparados. E hoje senti-me desamparada e sozinha, sem ninguém a quem pedir só um bocadinho de força para enfrentar o medo terrível de uma perda irremediável.