Monday, June 28, 2010

Sunday, June 27, 2010

deserto

foste gota de água na minha mão e eu sem tempo de te beber antes que te escapasses entre os dedos.

Saturday, June 26, 2010

Sunday, June 20, 2010

damn hot

esboço longe da vista

se tivesse que pintar esta noite, escolheria para o céu a profundidade dos teus olhos, com umas pinceladas leves dessas núvens de tristeza que às vezes os atravessam. a lua seria o teu sorriso, claro, e esta bruma fresca teria o carmim do teu beijo. desenharia depois as árvores à imagem da tua pele, e deixaria no canto inferior esquerdo, à laia de assinatura, a pequena figura negra de uma mulher abismada perante a dor de uma ausência. como moldura, o ouro do silêncio apertado que soubeste dar-me hoje.

Wednesday, June 16, 2010

sem título

Doem-me os braços vazios de ti. Fecho os olhos e a vontade não desaparece, marcada a ferros por dentro das pálpebras. Não me protejas, não me queiras segura. Fosses tu sal, e eu não quereria ser nada senão carne viva. Vem. Queima-me com a curva breve dos teus dedos. Rasga-me a pele, faz-me sentir, vê os rios de sangue que correm em enxurrada por dentro de mim, desde que chegaste e escancaraste as comportas que me limitavam. Quero-te. Agora. Sem prudência e sem remédio. Deixou de haver lugar para tudo o resto. Ficou só a vontade certa do meu punho cerrado.

Monday, June 14, 2010

Omnipresença

Na brisa que brinca com o meu cabelo na escuridão
que me aconchega na luz que me anima
no riso que sobe de mim no rio subterrâneo do meu choro
no calor das minhas mãos
no arrepio breve da minha pele.
Na minha sombra na minha cabeça dentro dos meus olhos.
Omnipresente.
Força da gravidade.

Sunday, June 13, 2010

Iutube

O que me irrita é não conseguir ver as cenas "polémicas" dos vídeos da Lady Gaga por não suportar ouvir a música tempo suficiente...

Thursday, June 10, 2010

Deja que pasemos... sin miedo

Aconchego


Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais
este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora e sossega o pior já passou
há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão
desvia os passos do medo. Dorme, meu amor -

a morte está deitada sob o lençol da terra onde nasceste
e pode levantar-se como um pássaro assim que
adormeceres. Mas nada temas: as suas asas de sombra
não hão-de derrubar-me eu já morri muitas vezes
e é ainda da vida que tenho mais medo. Fecha os olhos

agora e sossega a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei ao caminho. Por isso, dorme,

meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos a noite é um poema
que conheço de cor e vou cantar-to até adormeceres.



Maria do Rosário Pedreira

Pablo Picasso

Tuesday, June 8, 2010

Os perigos do êxtase

Helena Abreu

Quantas arestas temos,

quantos cantos,

quantas formas de amar?


Ana Luísa Amaral, Entre dois rios e outras noites (apontamentos desiguais, VII)

Friday, June 4, 2010

Vamos brincar #2

Faz de conta que tu és uma gota de água e eu duas mãos em concha.

Hangover



NOTA: Não há interpretações a fazer. Também gosto desta música, pronto. ;)

eu vi, mas...