Tuesday, July 31, 2007

não pensar...

...ser como Alberto Caeiro: viver com a inocência e a nitidez de quem sabe que o mundo não é para ser pensado. recusar a filosofia e ter apenas como pensamentos a pureza das sensações... porque "pensar é estar doente dos olhos".

Saturday, July 28, 2007

Cold and broken...

Well I heard there was a secret chord
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do ya?
Well it goes like this
The fourth, the fifth
The minor fall and the major lift
The baffled king composing Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Well Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
she tied you to her kitchen chair
She broke your throne and she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Well baby I've been here before
I’ve seen this room and I've walked this floor
I used to live alone before I knew ya
I've seen your flag on the marble arch
Love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Well there was a time when you let me know
What's really going on below
But now you never show that to me do you?
And remember when I moved in you?
And the holy dove was moving too
And every breath we drew was Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Well maybe there's a God above
But all I've ever learned from love
Was how to shoot somebody who'd out drew ya
And it's not a cry that you hear at night
It's not somebody who's seen the light
It's a cold and it's a broken Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah


Jeff Buckley

Wednesday, July 18, 2007

Será?...

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo?
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias?
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer?
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul?
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia?
Será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer?
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo?
Será que amanhã ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri?
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou as estrelas caíram e qualquer sorte é bem-vinda?
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes?
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar?
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão?
Será que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo?
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir?
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós?
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar?
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra?
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer?
Eu sei que tu estarás sempre por mim
Não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será,
Será,
Será?


Pedro Abrunhosa

Saturday, July 14, 2007

Cântico de Amor

Ama quem amas, como o vento
Ama as folhas do olmo
(Amor que lhes transmite movimento
E alegria).
Asa que possa andar no firmamento,
Só caminha no chão por cobardia.

Miguel Torga



Friday, July 13, 2007

Da Condição Humana

"Todos sofremos.
O mesmo ferro oculto
Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta.
O mesmo sal nos queima os olhos vivos.
Em todos dorme
A humanidade que nos foi imposta.
Onde nos encontramos, divergimos.
É por sermos iguais que nos esquecemos
Que foi do mesmo sangue,
Que foi do mesmo ventre que surgimos."


Ary dos Santos

Fascina-me esta pluralidade, esta miscelânea em que a cidade se vai transformando... Neste lugar de partidas e chegadas é mais evidente essa diferença que nos iguala.
É ao mesmo tempo uma sensação de pertença e de isolamento no meio da multidão. Mas é sobretudo a consciência da insignificância do que sou e a magnitude da minha individualidade quando a vejo assim reflectida.
O fascínio... e o medo de uma espécie de aparição... de mim através dos outros.