Tuesday, March 29, 2011

decapitada ao fim da tarde

a minha cabeça tão longe das minhas mãos, flutuando num silêncio de óleo que não se mistura com a água da chuva e que a água da chuva só serve para aumentar. mas, dizia, a minha cabeça flutuando longe, e eu incapaz de a controlar, quis fechar os olhos para que neles ninguém visse o silêncio (que venha alguém fechar-mos com a palma da mão), mas os olhos teimaram abertos, dois poços de lodo viscoso esperando o descuido de um pé a escorregar neles, que o silêncio partilhado é um silêncio menor.

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