Monday, May 19, 2008

Child labour




Nunca pensei que trabalhar para uma multinacional de venda de produtos texteis, calçado e acessórios me levantasse tantos problemas éticos. Mas a verdade é que não posso deixar de me perguntar quem e em que condições foram feitas as peças made in india, in china, in cambodja ou in bangladesh que todos os dias me passam pelas mãos.

4 comments:

Mokas said...

bem, os meus são made in portugal. mas há mta coisa que me passa pelas mãos made in bangladesh china india e etc...
o que se ha de fazer? deixamos de comprar, eles deixam de produzir, despedem os putos e eles continuam com uma vida ainda mais miserável. Assinam-se petições e etc e não vemos melhoras. Fazem-se missões humanitárias e outras acções que são uma gotinha comparada com o oceano de pobreza... Cada vez é maior a fronteira entre as classes ricas e pobres... e... o que vamos fazer?

marta said...

Olá Mokas, bem vindo ao blog! A verdade é que as empresas multinacionais deveriam ter políticas de transparência que permitisse aos consumidores saber qual a sua actuação ao nível socio-laboral. É claro que nunca temos a certeza de nada porque, mesmo em Portugal, não há crianças a trabalhar nas fábricas, mas são muitas as que cosem sapatos em casa.
Infelizmente os lucros astronómicos das empresas justificam que os seus produtos sejam confeccionados em condições sub-humanas, com a conivência de autoridades corruptas em países sobre-populados. Não sei o que podemos fazer. Exigir, acima de tudo, transparência...

***

José said...

Permitam-me recordar Rosita, protagonista no genial filme 'ainda há pastores' de Jorge Pelicano. Uma menor residente em lugar incerto, algures, que sonha com um rapaz a entrar-lhe pela janela dentro, cheio de estaleca para a devorar viva nas horas vagas que tem entre ordenhar a vaca 'castanha', tomar o banho no ribeiro e receber as sms do seu unico amigo, a Vodafone. Dá pra pensar em vestuário sabendo que ainda existe este país tão real?

marta said...

HIHI!! A Rosa felizmente foi descoberta. E já está na escola onde montes de rapazes entram todos os dias pela porta. Certamente o seu telemóvel já tem menos espaço na memória dos contactos do que o meu.
E ainda é protagonista de uma reportagem da SIC e de um livro. Nada mau hein, "Castanha"??