Friday, December 17, 2010

nas minhas mãos

O desejo todo concentrado nas minhas mãos
unhas tendões nervos falanges pele gelada
transpirada.
Seguro um cálice na mão e esmigalho-o
sob a força dos dedos os vidros enterrando-se na carne,
um prazer lancinante a lembrar-me o teu corpo
_o meu corpo
árvore no claustro dos teus braços, arcadas de abrigo,
eu árvore encarcerada, enraizada,
o teu nome inteiro escrito a golpes de navalha no tronco,
e a seiva que escorre de mim perfumada
mel na tua língua.

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