O desejo todo concentrado nas minhas mãos
unhas tendões nervos falanges pele gelada
transpirada. 
Seguro um cálice na mão e esmigalho-o 
sob a força dos dedos os vidros enterrando-se na carne, 
um prazer lancinante a lembrar-me o teu corpo 
_o meu corpo 
árvore no claustro dos teus braços, arcadas de abrigo, 
eu árvore encarcerada, enraizada, 
o teu nome inteiro escrito a golpes de navalha no tronco, 
e a seiva que escorre de mim perfumada 
mel na tua língua.
 

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