Thursday, April 23, 2009
Grrrrr
Never give all the heart
Never give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.
William Butler Yeats
Tuesday, April 21, 2009
Despedida
Friday, April 17, 2009
Tuesday, April 14, 2009
(ainda) sem título
Não devia nunca ter-se encontrado com ela nesse dia. Não devia ter-lhe prometido nada. Provavelmente, já deveria ter-lhe dito (não sem certa pena) acabou. Não dá mais. Mudámos, não sinto o mesmo por ti. Vamos parar por aqui. Não disse. Porque ela era como uma plataforma de segurança. Um ninho onde se regressa ao final do dia. Tinha um equilíbrio mental invejável, que de alguma forma se lhe transmitia e lhe servia de referência. A constância resignada do seu amor era um bálsamo de que ele não queria abdicar. E, ao mesmo tempo, ele sabia que poderia deixá-la quase sem um estremecimento, se assim decidisse.
Sai! Repetiu a mulher. Porque assim que ele se aproximou, a porta de casa ainda aberta atrás das suas costas, ela sentira o cheiro do quarto, da cama, dos braços da mulher onde estivera momentos antes. Não lhe apetecia chorar. Sou um cão, pensou. E envelheceu 40 anos.
Friday, April 10, 2009
selva
aranhas imóveis sobre a colcha
prontas a saltar
sobre o meu corpo contorcido
enredado na seda aço do desejo
_ a negra sombra do teu olhar.
Saturday, April 4, 2009
Marx substitui Maya no programa da Fátima
Friday, April 3, 2009
post escrito enquanto espero
Thursday, April 2, 2009
Quantos barcos faltam?
Puseram-se a contar pelos dedos os barcos
que faltariam para chegar o verão.
Nenhum deles falava. Tinham passado juntos
algumas noites, num quarto sem vista. E, embora
julgassem o contrário, não conheciam um do outro
muito mais do que isso.
Estavam ali sentados para ver se acontecia alguma coisa.
No verão
alguém viria forçosamente buscá-los.
Maria do Rosário Pedreira, A casa e o cheiro dos livros