Sunday, August 22, 2010

Crítica da euforia

Eu já sei que vou ser mal interpretada, mas paciência.
Não gostando de generalizar e ainda menos de não gostar de quem não conheço baseada num factor como, por exemplo, o país de origem, assumo que, demasiadas vezes, os brasileiros me causam uma certa irritação.
Ainda ontem, um grupo de quatro brasileiras conseguiu pôr-me os nervos em franja, pelo simples facto de parecerem um bando de araras com o cio, a tagarelar a uma velocidade extraordinária e em gargalhadas a decibéis muito acima do permitido por lei. E sempre com aquela entoação eufórica que o português só tem quando ganha o euromilhões ou a selecção nacional ganha qualquer coisa importante.
O que me deixou a pensar: afinal, o que é que me irrita tanto? Resposta: não é a nacionalidade brasileira. É a porcaria da euforia. A verdade é que as pessoas que gozam da benção de serem optimistas, felizes, alto astral, boa onda, ou simplesmente alegres (a alegria é uma coisa tão prosaica), deixam-me fora de mim, quase tanto como aqueles mails com gatinhos e cãezinhos fofinhos e frases pirosas a brilhar. Prefiro mil vezes a companhia de gente com mau feitio, mas mais silenciosa. O que, obviamente, faz de mim uma pessoa muito, muito triste.

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