Wednesday, May 23, 2007

Às vezes apetece-me odiar-te. Não querer ver-te, fugir de todos os sítios onde te posso encontrar, não suportar a tua voz nem a recordação do teu cheiro agarrada à minha pele.
Mas não cheguei a atravessar essa ponte que em segundos nos transporta do amor ao ódio. Por isso continuo consumida pela saudade, pelo ciúme, pela espera.
Acordo todos os dias para a tua ausência como quem acorda eternamente para a noite-noite.
E a luz que não chega...
Queria que voltasses, desconstruísses o meu corpo, refizesses o meu coração. E a luz que não chega...
Quando é que vais perceber que o que procuras não existe? Que no fim de todas as perguntas está uma pergunta, um vazio? Que a única certeza que existe é a incerteza? E a luz que não chega...
Esquece... Vê se existes sem pensar muito nesse existir. Ou vais acabar por morrer de cansaço, muito antes de a luz chegar.

1 comment:

Anonymous said...

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.